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Parceria do Rio Rural com a Fiperj promove o desenvolvimento sustentável da atividade pesqueira
Autor: Rio Rural Notícias
23/05/2011 - 16:21
Trabalho é realizado em comunidade de Itaperuna, no Noroeste Fluminense

Ponte Preta é uma comunidade de pescadores artesanais localizada em um arquipélago com 52 ilhas dentro do rio Muriaé, a cerca de 15 km do centro de Itaperuna. No local, mais de cem ribeirinhos, grande parte da mesma família, sobrevivem da pesca curimatã (conhecida como carpa do rio), cascudo e traíra. Utilizando redes, tarrafas e barcos a remo construídos por um dos trabalhadores, capturam também robalos, tilápias e dourados.

Pertencente à colônia de pescadores Z-20, que engloba comunidades pesqueiras de seis municípios da região, Ponte Preta é uma das que aderiram ao Programa Rio Rural. Devido ao alto nível de organização social, foi selecionada para um projeto-piloto na área da pesca, juntamente com a comunidade de Nossa Senhora da Penha, localizada a 30 km do centro de Itaperuna.

Nas duas localidades, acontecem reuniões periódicas, com a liderança da presidente da colônia, Virgimar Cler, onde os pescadores expõem os principais problemas da coletividade e já começam a desenhar soluções. Nos encontros, foi realizado um diagnóstico rural participativo, identificando demandas na área de saneamento, estradas, educação, saúde e destinação dos resíduos da atividade pesqueira. Segundo Virgimar, o Rio Rural estimula a participação coletiva.

“Antigamente o bolo já vinha pronto e as comunidades só tinham o direito de comê-lo. O projeto permite que os pescadores falem sobre sua realidade e determinem as ações conforme o que estão precisando”, resume.

Todas as atividades são executadas em parceria com a Fundação Instituto de Pesca do Estado do Rio de Janeiro (Fiperj), entidade vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Regional, Abastecimento e Pesca (Sedrap). A secretaria disponibiliza profissionais que, com o acompanhamento da técnica Maria de Fátima Valentim, atuam junto aos extensionistas da Emater-Rio, orientando os moradores e elaborando os projetos.

Uma das atividades é a emissão de declarações de aptidão ao Pronaf (DAP), documento que permite a venda do pescado no mercado institucional, principalmente através do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE). Os dois programas pagam, em média, o dobro do valor obtido com a venda no mercado convencional, de acordo com Virgimar.

“A colônia faz a intermediação da venda do curimatã para o governo, a sete reais o quilo. É um dinheiro que você pega de uma só vez e assim pode pagar as contas”, completa a pescadora Marta Costa Paes, moradora de Ponte Preta.

Assim como Marta, muitos pescadores preferem vender o filé ou peixe processado, que tem grande aceitação do consumidor. Por isso, entre as atividades propostas estão os cursos de beneficiamento, onde os participantes, na maioria mulheres, aprendem a cortar os filés e produzir almôndegas, linguiças e hambúrgueres feitos de pescado.

“O peixe processado pode ser vendido a R$14, o dobro do valor que conseguimos vendendo o produto inteiro”, diz Carla Andréia Silva, pescadora da comunidade de Nossa Senhora da Penha, que participou da primeira turma do curso.

Entre as principais demandas relacionadas à pesca está a aquisição de equipamentos, armazenamento do pescado e construção de barcos. Com recursos do Rio Rural, serão adquiridos kits de pesca e beneficiamento para as famílias. Além deste incentivo, estão recebendo orientação para terem acesso ao crédito do Pronaf, cujos recursos podem ser utilizados para compra de refrigeradores, como fez Pedro Caldeira Paes e sua esposa Suely, da Ponta Preta.

“Compramos um freezer e colocamos piso na casa, o que ajudou muito na limpeza e armazenamento. Agora o próximo passo é melhorar meu barco”, contou o pescador.

De acordo com o presidente da Fiperj, Marco Botelho, existe um grande potencial para o setor no estado, e a parceria com o Rio Rural é importante para as comunidades, a começar pelos municípios que já estão organizados, com mais condições de receber recursos. A fundação busca também inserir os produtos beneficiados na merenda escolar do estado e do município, através de visitas às escolas e apresentação dos produtos junto às nutricionistas, diretoras e alunos.

“Teremos 14 novos técnicos, sendo dois em cada região, desenvolvendo projetos. As experiências em parceria vão contribuir para que as pessoas acreditem nas ações quando chegarmos às demais comunidades pesqueiras”, declarou Botelho.

Outra preocupação no desenvolvimento de cada projeto é o meio ambiente. Segundo o técnico Luiz Alberto Azevedo, da Emater-Rio, um curso de construção de barcos está entre as atividades previstas, assim como a instalação de um cemitério de resíduos provenientes da pesca na comunidade de Ponte Preta, que não possui coleta de lixo.

Os mais experientes vão ensinar os jovens sobre como fazer o barco e como manejá-lo. Também estamos desenhando junto com a Fiperj um trabalho de recomposição de matas ciliares no período do defeso, quando a pesca é proibida. De acordo com o extensionista, os pescadores estão conscientes da importância da conservação e já atuam como vigilantes ambientais.

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Este é o portal da Fiperj, órgão vinculado à Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária, Pesca e Abastecimento - SEAPPA. A Instituição tem a missão de promover, através de políticas públicas, o desenvolvimento sustentável da aquicultura e da pesca fluminenses.

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