Como desdobramento do acordo assinado com o Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos 2016, o Governo do Estado do Rio prossegue com as ações que buscam trazer para o Brasil o primeiro selo de certificação sustentável do pescado. O programa é tocado pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento Regional, Abastecimento e Pesca (Sedrap), que acaba de selecionar quatro espécies da aquicultura para o projeto piloto: a truta da Região Serrana, a tilápia do Noroeste, e a vieira e o beijupirá da Costa Verde. O trabalho prossegue agora com as pescas marítima e lagunar, já estando em avaliação cinco espécies do estado.

A seleção das espécies da aquicultura foi feita por um grupo de técnicos da Fundação Instituto de Pesca do Estado do Rio de Janeiro (Fiperj, órgão vinculado à Sedrap), acompanhado do gerente Laurent Viguie, representante do Aquaculture Stewardship Council, o ASC, um dos principais selos internacionais de aquicultura sustentável. Juntos, eles percorreram as regiões Serrana, Noroeste e Costa Verde, interagindo com produtores para explicar o processo e apresentando as práticas sustentáveis que devem adotar para concorrerem à certificação, dentro do processo que pode se expandir a outras regiões.

O projeto - As visitas terminaram em Santo Antônio de Pádua, no Noroeste, onde a técnica Carrie Brown-Lima, coordenadora do projeto, esteve com o diretor de Pesquisa e Produção da Fiperj, Augusto Pereira e dos técnicos do Escritório Regional do Noroeste Fluminense Caroline Lisboa, Hilanna Lessa de Souza, José Antônio Moreira Pinto e Paulo Vianna. A Fiperj desenvolve há mais de um ano o projeto de certificação que, além de mostrar que o Estado e o Brasil têm condições de conquistar o selo, busca a melhoria de vida dos produtores e pescadores. Com o acordo, a Sedrap deu mais um importante passo para incentivar práticas sustentáveis e agregar valor ao pescado, deixando um legado de sustentabilidade no setor.

O acordo - Pelo acordo assinado em 3 de dezembro último, o Comitê firmou compromisso de comprar apenas pescado certificado com selos de sustentabilidade para os Jogos 2016. Os produtos serão servidos a atletas, organizadores, demais profissionais envolvidos no evento, assim como nos alimentos à base de pescado comercializados em restaurantes e lanchonetes nos estádios. O Comitê Olímpico Rio 2016 repete no Brasil o modelo de Londres 2012, desde então considerada a primeira sustainable fish city (cidade do pescado sustentável), onde o compromisso público em servir só peixe sustentável já influencia milhões de refeições por ano.