Após o anúncio no último mês da desapropriação de uma área de 465 mil metros quadrados em São Gonçalo para a implantação do Condomínio Industrial Pesqueiro Sustentável que integra a Cidade da Pesca, a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Regional, Abastecimento e Pesca (Sedrap) - idealizadora do projeto - convocou empresários e entidades do setor para discutir os próximos passos para a construção do complexo pesqueiro. O encontro aconteceu no último dia 19, no auditório da Sedrap, no Centro de Niterói. Ao todo são 22 empresas interessadas em se instalar no local, incluindo as âncoras Jealsa-Rianxeira e Peixaria Pop & Peixe Ltda, que juntas vão investir R$ 80 milhões no projeto.

Localizada em uma área de 630 mil metros quadrados no bairro de Itaoca, a Cidade da Pesca vai gerar, pelo menos, 10 mil empregos diretos em um investimento público de mais de R$ 100 milhões – absorvendo principalmente a mão de obra da região. A estimativa é de que pronta seja o maior empreendimento do segmento em nível nacional, atraindo para o Rio (hoje terceiro no ranking da produção de pescado marinho do Brasil, atrás apenas de Santa Catarina e Pará) a indústria pesqueira que migrou para o sul do país nos anos 80 por falta de investimentos no setor.

Presidente da Comissão Nacional da Pesca e assessor técnico do Sindicato dos Armadores de Pesca do Estado do Rio de Janeiro (Saperj), o comandante Flávio de Moraes Leme frisa a importância da iniciativa para que o projeto não fique na promessa.

- É uma forma de aproximar o setor das intenções do Governo para o projeto e das ações necessárias para tirá-lo do papel. A reunião foi esclarecedora para sabermos como tudo está sendo feito, conduzido em termos de licenciamento e desocupação, e isso dá segurança para o setor de que o projeto se tornará realidade no futuro, incentivando as indústrias a começarem efetivamente a planejar seus parques industriais - acredita Leme.

De acordo com o subsecretário de Estado de Desenvolvimento Regional da Sedrap, o arquiteto Carlos Krykhtine, a reunião foi pensada justamente para direcionar a estrutura e a modelagem econômica do condomínio industrial, a fim de agilizar o seu processo de implantação, já que a instalação de um empreendimento como esse resulta em uma série de procedimentos burocráticos.

- Alguns trâmites acabam atrasando todo o processo e preocupando as indústrias, que não requerem de tanto tempo para realizarem seus investimentos. Por isso, resolvemos incentivar as indústrias a darem um segundo passo, nos fornecendo informações como área real necessária, projeções de gastos com água, energia, que ajudem a dimensionar o projeto. Com essas informações em mãos podemos fazer reuniões com a prefeitura, Inea (Instituto Estadual de Ambiente) e outros órgãos licenciadores para que a obra saia efetivamente do papel - explicou o subsecretário.

Também participaram do encontro o diretor na Região Metropolitana da Companhia de Desenvolvimento Industrial do Estado do Rio de Janeiro (Codin), Pedro Paulo Novellino do Rosário, e o presidente do Sindicato da Indústria do Pescado do Estado do Rio de Janeiro, Sergio Carlos Ramalho.